quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Perdida...

Não percebo o que se passa...
Tantos anos que perdi sem dar conta disso,
Tanto tempo que desperdicei sem que me apercebesse que o tempo passava...
Perdi a noção do que é viver.
De repende, vejo tudo desmoronar, e parece que o mundo se virou contra mim.
Parece que o mundo nunca me ligou.
Já não sei porque vivo, nem quem sou.
Já não faz o menor sentido acordar de manhã para uma rotina que não me diz nada.
Já não quero saber do que me rodeia, porque tudo se foi embora... E nada voltou.
Nada do que tive de facto me pertenceu.
Nada do que esperei que voltasse voltou,
E nada do que esperei viver aconteceu.
Planeei a minha vida, e afinal o que vivi foram meras recordações que nunca existiram.
Não consigo lembrar-me de como é sentir-me feliz,
Não consigo recordar-me de como é não ter preocupações.
Meras preocupações.
Preocupações à toa, que me matam precocemente.
Que não me secam as lágrimas incessantes por se libertarem,
Que arrastam o meu corpo no dia a dia, sem viver, sem lutar.
Abro os olhos e, cansada, percorro o caminho que me mandaram percorrer.
A responsabilidade tomou conta da minha vida, e nada mais faço senão ao correcto corresponder.
Sinto-me sozinha... E desta vez perdi-me sem possibilidade de renascer.